Tuberculose Multirresistente por Estirpes da Família Beijing, em Doentes de Lisboa, Portugal: Estudo Preliminar

Autores

  • Fernando Maltez Serviço de Doenças Infecciosas. Hospital de Curry Cabral. Centro Hospitalar de Lisboa Central. Lisboa. Portugal.
  • Teresa Martins Serviço de Doenças Infecciosas. Hospital de Curry Cabral. Centro Hospitalar de Lisboa Central. Lisboa. Portugal.
  • Diana Póvoas Serviço de Doenças Infecciosas. Hospital de Curry Cabral. Centro Hospitalar de Lisboa Central. Lisboa. Portugal.
  • João Cabo Serviço de Doenças Infecciosas. Hospital de Curry Cabral. Centro Hospitalar de Lisboa Central. Lisboa. Portugal.
  • Helena Peres Serviço de Patologia Clínica. Centro Hospitalar de Lisboa Central. Lisboa. Portugal.
  • Francisco Antunes Instituto de Saúde Ambiental. Faculdade de Medicina. Universidade de Lisboa. Lisboa. Portugal.
  • João Perdigão Instituto de Investigação do Medicamento (iMed.ULisboa). Faculdade de Farmácia. Universidade de Lisboa. Lisboa. Portugal.
  • Isabel Portugal Departamento de Microbiologia e Imunologia. Faculdade de Farmácia. Universidade de Lisboa. Lisboa. Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.7882

Palavras-chave:

Mycobacterium tuberculosis/genética, Portugal, Tuberculose Resistente a Múltiplos Medicamentos, Variação Genética

Resumo

Introdução: As estirpes de Mycobacterium tuberculosis da família Beijing estão associadas à multirresistência. As estirpes da família Lisboa prevalecem entre os doentes com tuberculose multirresistente e extensivamente resistente desta região, mas vários estudos documentam  a presença da família Beijing, embora desconhecendo-se as características dos doentes donde foram isoladas.
Material e Métodos: Estudo retrospectivo de 104 estirpes multirresistentes e extensivamente resistentes de Mycobacterium tuberculosis, isoladas e genotipadas, de 1993 a 2015, de igual número de doentes de Lisboa. Avaliámos a prevalência de ambas as famílias de estirpes e as características epidemiológicas e clínicas, dos infectados por estirpes Beijing.
Resultados: Setenta e quatro estirpes (71,2%) pertenciam à família Lisboa, 25 (24,0%) apresentavam padrão genotípico único e cinco (4,8%) pertenciam à família Beijing, estas identificadas depois de 2009. Os infectados pela estirpe Beijing eram de nacionalidade angolana (n = 1), ucraniana (n = 2) e portuguesa (n = 2), na maioria jovens, quatro em cinco imunocompetentes e sem história de tuberculose anterior. Todos tinham tuberculose multirresistente. Não detectámos apresentações clínicas ou radiológicas diferenciadoras, nem padrão de resistências predominante. A taxa de cura foi alta (quatro doentes).
Discussão: Apesar do número de doentes infectados pela estirpe Beijing ser reduzido, sugere proporção importante de tuberculose primária, potencial de transmissão na comunidade, mas, também, melhor evolução clínica do que a descrita para outras estirpes, como a W-Beijing ou a Lisboa.
Conclusão: Apesar das estirpes da família Lisboa serem as principais responsáveis pelos casos de tuberculose multirresistente e extensivamente resistente na região de Lisboa, as estirpes Beijing transmitem-se na cidade e poderão modificar as características locais da epidemia.

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Publicado

2017-03-31

Como Citar

1.
Maltez F, Martins T, Póvoas D, Cabo J, Peres H, Antunes F, Perdigão J, Portugal I. Tuberculose Multirresistente por Estirpes da Família Beijing, em Doentes de Lisboa, Portugal: Estudo Preliminar. Acta Med Port [Internet]. 31 de Março de 2017 [citado 18 de Julho de 2024];30(3):175-84. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/7882

Edição

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