Vigilância Intensiva do Carcinoma Colo-Rectal após Tratamento de Intenção Curativa
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.7889Palavras-chave:
Análise de Sobrevida, Continuidade de Cuidados ao Doente, Neoplasias Colorrectais/cirurgia, SeguimentoResumo
Introdução: A vigilância intensiva pós-operatória do carcinoma colo-retal permite a deteção da recorrência em fase assintomática, aumentando o número de doentes que podem beneficiar de nova cirurgia. Implementámos um programa de vigilância de doentes com carcinoma colo-retal estádios II-III, operados com intenção curativa, com avaliação clínica, tomografia computorizada e colonoscopia. O presente estudo teve como objectivos avaliar a taxa de cirurgia de intenção curativa, a taxa de mortalidade por cancro e identificar características clínicas associadas à irresecabilidade da recidiva.
Material e Métodos: Estudo de coorte, unicêntrico. Foram incluídos todos os doentes com carcinoma colo-retal integrados em programa de vigilância entre março de 2008 e janeiro de 2015. Análise estatística: qui-quadrado, Wilcoxon, regressão logística, Kaplan-Meier (SPSS20®).
Resultados: Avaliámos 404 doentes; idade média: 65 ± 10 anos, 59,6% sexo masculino, 50,7% reto, 56,2% estádio III. O tempo médio de vigilância foi 37 meses e a taxa de recidiva foi 12,9% (n = 52), a maioria detetada nos primeiros três anos (88,4%). O padrão de recidiva associou-se à localização do tumor primário (p < 0,001). Vinte e um doentes foram submetidos a cirurgia curativa. Os fatores associados a recidiva irressecável foram: idade ≥ 70 anos (p = 0,022), carcinoma colo-retal localizado no cólon (p = 0,033) e elevação de antigénio carboidrato 19-9 (p = 0,024). A taxa global de mortalidade específica por cancro foi 2,2% (n = 9).
Discussão: A associação entre neoplasia do cólon e recidiva irressecável deve-se à taxa mais elevada de doença disseminada nestes doentes. O antigénio carboidrato 19-9 não trouxe benefício acrescido ao programa de vigilância.
Conclusão: Este estudo confirma o interesse clínico da vigilância intensiva na deteção de recidiva assintomática, permitindo alcançar cirurgia curativa em 40,3% dos doentes com recidiva.
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