Conhecimentos e Atitudes de Estudantes de Medicina Portugueses Face à Homossexualidade

Autores

  • Lucas Lopes Faculdade de Medicina. Universidade do Porto. Porto. Portugal.
  • Jorge Gato Centro de Psicologia. Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação. Universidade do Porto. Porto. Portugal.
  • Manuel Esteves Departamento de Neurociências Clínicas e Saúde Mental. Faculdade de Medicina. Universidade do Porto. Porto. Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.8009

Palavras-chave:

Atitude do Pessoal de Saúde, Estudantes de Medicina, Homossexualidade Feminina, Homossexualidade Masculina, Inquéritos e Questionários, Portugal.

Resumo

Introdução: A população lésbica, gay, bissexual e transgénero enfrenta ainda preconceito nos cuidados de saúde e, para além disso, os médicos frequentemente referem falta de conhecimento sobre as necessidades de saúde específicas desta população. Este estudo teve como objetivo explorar os fatores associados com as atitudes e conhecimentos dos estudantes de medicina face à homossexualidade em diferentes anos do curso de medicina.
Material e Métodos: Foi enviado um questionário online anónimo a todos os estudantes de medicina matriculados na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto em dezembro de 2015. O questionário incluía questões sociodemográficas, a Escala Multidimensional de Atitudes face a Lésbicas e a Gays (27 itens) e um Questionário de Conhecimento quanto à Homossexualidade (17 itens). Na análise dos dados foram utilizados estatística descritiva, ANOVAs, testes Chi quadrado e correlações de Pearson.
Resultados: A análise incluiu 489 respostas. Os estudantes que se identificaram como sendo do género masculino, mais religiosos e com menos amigos lésbicas, gays ou bissexuais revelaram atitudes mais negativas em relação à homossexualidade. Anos mais avançados no curso ou maior contacto com pacientes lésbicas, gays ou bissexuais não se correlacionaram com as atitudes avaliadas. Apesar da progressão no curso se ter correlacionado significativamente com níveis mais elevados de conhecimento, os itens relacionados com saúde lésbicas, gays ou bissexuais apresentaram menor percentagem de respostas corretas.
Conclusão: As atitudes dos estudantes de medicina face a lésbicas e gays parecem ser pouco exploradas ao longo do curso de medicina, havendo também falta de conhecimento sobre as necessidades específicas de saúde das pessoas lésbicas, gays ou bissexuais. Este estudo destaca assim a importância do desenvolvimento de um currículo médico inclusivo, crucial na promoção da qualidade dos cuidados de saúde.

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Biografias Autor

Lucas Lopes, Faculdade de Medicina. Universidade do Porto. Porto. Portugal.

Medical Student at the Faculty of Medicine, University of Porto, Porto, Portugal

Jorge Gato, Centro de Psicologia. Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação. Universidade do Porto. Porto. Portugal.

Post-doctoral Researcher at the Centre for Psychology, University of Porto, Porto Portugal

Manuel Esteves, Departamento de Neurociências Clínicas e Saúde Mental. Faculdade de Medicina. Universidade do Porto. Porto. Portugal.

Associate Professor at the Department of Clinical Neurosciences and Mental Health, Faculty of Medicine, University of Porto, Porto, Portugal

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Publicado

2016-11-30

Como Citar

1.
Lopes L, Gato J, Esteves M. Conhecimentos e Atitudes de Estudantes de Medicina Portugueses Face à Homossexualidade. Acta Med Port [Internet]. 30 de Novembro de 2016 [citado 22 de Novembro de 2024];29(11):684-93. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/8009

Edição

Secção

Original AMP Student