Morbilidade Neonatal na Diabetes Gestacional: Coincidência ou Consequência do Consenso de 2011
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.8033Palavras-chave:
Complicações na Gravidez, Diabetes Gestacional, Doenças do Recém-NascidoResumo
Introdução: A diabetes gestacional constitui uma das doenças associada à gravidez com maior taxa de complicações. Apesar de ser uma condição habitualmente transitória, estão reconhecidas as suas complicações a curto e longo prazo. Há evidência científica para afirmar que um bom controlo metabólico reduz as complicações perinatais. Em 2011, foram propostos novos critérios para o seu diagnóstico, o que o tornou possível logo no primeiro trimestre de gravidez. Neste trabalho, propomo-nos comparar a morbilidade neonatal entre dois grupos de recém nascidos filhos de mulheres com diabetes gestacional submetidos a dois protocolos diferentes.
Material e Métodos: Estudo observacional analítico, retrospetivo descritivo de recém nascidos de mães com diabetes gestacional com gravidez unifetal seguida na Maternidade Bissaya Barreto no período de 2008 a 2013. Utilizou-se a informação clinica de recém nascidos e mães com diabetes gestacional armazenada em base de dados. Analisaram-se as repercussões clínicas da utilização do novo consenso comparando dois períodos de três anos.
Resultados: Analisaram-se 774 díades mãe-filho. No segundo período a diabetes gestacional foi diagnosticada mais precocemente e a terapêutica com insulina foi instituída com mais frequência. Registou-se um aumento significativo da morbilidade neonatal, com mais casos de hipoglicémia neonatal e de anomalias congénitas e maior taxa de recém nascidos leves para a idade gestacional.
Discussão: O aumento da morbilidade neonatal, nos últimos anos, associou-se de um modo positivo à precocidade do diagnostico de diabetes gestacional e ao rigor do controlo metabólico.
Conclusão: Analisar os dados nacionais será fundamental para compreender este inesperado e preocupante aumento da morbilidade.
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