A Homeostase Fosfo-Cálcica na Doença Renal Crónica: Da Epidemiologia Clínica à Fisiopatologia

Autores

  • Ana Pires Serviço de Nefrologia. Hospital Fernando da Fonseca. Amadora. Portugal.
  • Luis Sobrinho Departamento de Endocrinologia-Nutrição. Faculdade de Ciências Médicas. Universidade NOVA de Lisboa. Lisboa. Portugal.
  • Hugo Gil Ferreira Laboratório de Fisiologia. Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar. Universidade do Porto. Porto. Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.8040

Palavras-chave:

Cálcio, Fósforo, Hiperparatiroidismo, Homeostase, Insuficiência Renal Crónica

Resumo

Introdução: O propósito do presente trabalho consistiu em descrever alguns dos mecanismos fisiopatológicos envolvidos nas perturbações do metabolismo fosfo-cálcico na doença renal crónica a partir de um processo simples de filtragem de dados e de alguns conceitos básicos de teoria de sistemas.
Material e Métodos: Foram estudados os valores (um conjunto por doente, obtido numa única colheita de sangue) de creatinina, cálcio, fósforo, paratormona, 25-hidroxivitamina D e 1,25-dihidroxivitamina D num grupo de 2507 doentes com doença renal crónica não sujeitos a substituição renal. As variáveis foram emparelhadas e tratadas, primeiro por um processo de média deslizante e depois por distribuição por classes de frequência. Os resultados obtidos foram interpretados à luz do conceito de ansa de retro-controlo contendo dois ramos de sinais opostos cuja intersecção define o ‘ponto operacional’ do sistema. Este ponto desloca-se ao longo da evolução da doença e o sentido do deslocamento indica qual dos dois fatores (a calcémia ou a concentração de paratormona, por exemplo) está a afetar primariamente o sistema.
Resultados: Esta análise mostrou que a evolução das relações entre as variáveis observadas seguiu um padrão monótono, bifásico ou trifásico.
Discussão: À medida que a doença renal crónica progride ocorrem alterações na regulação do metabolismo fosfo-cálcico, passando por diferentes fases. Numa fase mais avançada há uma perda do controlo das glândulas paratiróides pela calcémia e pela fosfatémia. A sensibilidade à ação inibitória da 1,25-dihidroxivitamina D diminui progressivamente mas nunca desaparece.
Conclusão: A metodologia utilizada na análise de uma base de dados clínicos permitiu ilustrar mecanismos fisiopatológicos subjacentes.

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Publicado

2017-06-30

Como Citar

1.
Pires A, Sobrinho L, Ferreira HG. A Homeostase Fosfo-Cálcica na Doença Renal Crónica: Da Epidemiologia Clínica à Fisiopatologia. Acta Med Port [Internet]. 30 de Junho de 2017 [citado 30 de Junho de 2024];30(6):485-92. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/8040

Edição

Secção

Original