Dificuldades Funcionais, Sensoriais, de Mobilidade e de Comunicação nos Muito Idosos (80+) Portugueses
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.8060Palavras-chave:
Actividades da Vida Diária, Avaliação da Deficiência, Censo, Demografia, Idoso, 80 anos e mais, Idoso Fragilizado, PortugalResumo
Introdução: O envelhecimento da população é evidente na maioria dos países desenvolvidos, e o grupo dos muito idosos é um dos segmentos da população com mais rápido crescimento. O objetivo deste estudo é analisar as características sociodemográficas e de saúde dos muito idosos portugueses, usando uma abordagem baseada nos dados dos censos populacionais.
Material e Métodos: Foi conduzido um estudo descritivo considerando todos os residentes com 80 ou mais anos à data dos Censos 2011 (n = 532 219). Os dados dos questionários dos Censos acerca das características sociodemográficas, funções sensoriais (visão, audição), estado funcional (andar/subir degraus, tomar banho/vestir-se sozinho), cognição (memória/concentração) e comunicação (compreender os outros/fazer-se entender) foram analisados.
Resultados: Os resultados revelaram que a maioria dos muito idosos são mulheres (64,5%), viúvos (53,9%), analfabetos (46,1%) e vivem em contexto domiciliar (88,8%). Andar/subir degraus (57,1%), visão (39,1%) e audição (35,1%) foram as dimensões onde os muito idosos apresentavam maiores constrangimentos. Em paralelo, compreender os outros/fazer-se entender (25,9%) e memória/ concentração (34,4%) foram as dimensões com percentagens mais baixas de dificuldade. Foram encontradas diferenças significativas entre a população octogenária/nonagenária e a população centenária para a visão, andar/subir escadas, e tomar banho/vestir-se
sozinho, com os centenários a apresentarem uma maior percentagem de dificuldade.
Discussão: Os muito idosos portugueses apresentam dificuldades significativas nas atividades de vida diária, contudo, as capacidades cognitivas e de comunicação parecem ser comummente mantidas. Em conjunto, estes resultados sugerem a necessidade de assistência funcional, mas que pode ser, em última instância, gerida pelo próprio idoso.
Conclusão: Considerando as diferenças observadas entre os centenários e os idosos mais jovens, devem ser equacionadas intervenções capazes de responder às necessidades potencialmente específicas de cada grupo.
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