Fatores Associados a Tensão Arterial Não Controlada em Pessoas com Diabetes Tipo 2 Seguidas nos Cuidados de Saúde Primários em Portugal
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.8321Palavras-chave:
Cuidados de Saúde Primários, Determinação da Pressão Arterial, Diabetes Mellitus Tipo 2, Portugal, Pressão ArterialResumo
Introdução: A hipertensão arterial está associada a maior morbimortalidade na diabetes tipo 2. É assim importante identificar quais as características socio demográficas, hábitos e fatores de risco das pessoas com diabetes tipo 2 que estão associadas a descontrolo tensional de modo a intervir de forma ajustada nesta população.
Material e Métodos: Estudo observacional transversal nos cuidados de saúde primários com recolha de dados de pessoas com diabetes tipo 2 aleatorizadas pelos seus médicos de família, estratificados proporcionalmente pelas cinco regiões de saúde de Portugal continental. Variáveis: tensão arterial, idade, sexo, formação, duração da diabetes, HbA1c, hábitos tabágicos, peso, perímetro abdominal, nível de atividade física e adesão à medicação. Análise bivariada e por regressão logística para avaliar a associação independente de cada variável com descontrolo tensional (tensão arterial ≥ 140/90).
Resultados: Estudados 709 doentes, 60,2% homens, idade média 66,12 ± 10,47 anos. Após análise de regressão logística, verificou-se que os fatores independentemente associados a não controlo da tensão arterial foram a menor formação académica (p = 0,014), a menor duração da diabetes (p = 0,002), o maior perímetro abdominal (p < 0,001), a maior pressão de pulso (p < 0,001) e o maior nível de atividade física (p = 0,043), assim como o facto de ser fumador (p < 0,001).
Discussão: As principais limitações do estudo são o facto da amostra não ser totalmente aleatória e incluir apenas frequentadores dos cuidados primários, um possível vies inter-observador e o facto de ser um estudo transversal e não poder deduzir causalidade.
Conclusão: O sub-grupo de pessoas com diabetes tipo 2 identificadas como tendo maior associação a pior controlo tensional deveriam ser alvo de uma abordagem diferente e mais intensiva nos cuidados de saúde primários em relação a este fator de risco. Recomendamos estudos longitudinais e populacionais para confirmar estes resultados.
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