Associação Entre os Traços de Personalidade e uma Entrevista de Admissão a uma Escola Médica
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.8390Palavras-chave:
Critérios de Admissão Escolar, Entrevista, Escolas Médicas, Estudantes de Medicina, Personalidade, PortugalResumo
Introdução: A avaliaçao da personalidade tem ganho popularidade na seleção de estudantes de medicina. Todavia, existe pouca investigação
acerca dos traços de personalidade escolhidos pelos diferentes métodos de seleção. O nosso objetivo consistiu em estudar os traços de personalidade selecionados através de uma entrevista de admissão a uma escola médica.
Material e Métodos: Cento e noventa e quatro candidatos licenciados concorreram à Faculdade de Medicina da Universidade do Porto pelo contingente especial e foram entrevistados nos anos académicos de 2011-2013. Cento e oitenta e um (93,3%) responderam ao NEO Five-Factor Inventory que avalia os traços de abertura à experiência, conscienciosidade, extraversão, agradabilidade e neuroticismo. A entrevista correspondia à segunda fase do processo de seriação. Cada candidato foi entrevistado e avaliado por três entrevistadores relativamente a sete dimensões por escala de Lickert (1-10). O resultado da entrevista correspondia à soma das classificações das dimensões. Utilizaram-se modelos de efeitos lineares mistos e respetivos coeficientes de regressão para estimar a associação entre os traços de personalidade com o score dos entrevistadores. Os modelos finais foram ajustados para género, entrevistadores e sucesso prévio.
Resultados: Abertura à experiência (Beta = 0,18: IC 95%: 0,05; 0,30) apresentou a associação mais forte com o score da entrevista seguida da interação entre os traços de extraversão e consciensciosidade (Beta = 0,14; IC 95%: 0,02; 0,25). Os candidadatos tinham maior score quando o seu género era oposto ao dos entrevistadores.
Discussão: Não houve associação entre o sucesso prévio e o score da entrevista.
Conclusão: A entrevista de admissão escolheu traços de personalidade diferentes dos escolhidos por outros métodos de seleção. As escolas médicas poderão planear intervenções adequadas se conhecerem as implicações dos processos de seleção na personalidade dos estudantes admitidos.
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