Doença Invasiva Pneumocócica Pediátrica Antes da Vacinação Universal: 1995 - 2015

Autores

  • Muriel Ferreira Unidade de Infeciologia e Serviço de Urgência. Hospital Pediátrico. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal.
  • Henrique Oliveira Serviço de Patologia Clínica. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal.
  • Nuno Costa e Silva Serviço de Patologia Clínica. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal.
  • Luís Januário Unidade de Infeciologia e Serviço de Urgência. Hospital Pediátrico. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal.
  • Fernanda Rodrigues Unidade de Infeciologia e Serviço de Urgência. Hospital Pediátrico. Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Coimbra. Portugal. Departamento de Pediatria. Faculdade de Medicina. Universidade de Coimbra. Coimbra. Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.8493

Palavras-chave:

Criança, Infecções Pneumocócicas, Portugal, Vacinas Conjugadas, Vacinas Pneumocócicas

Resumo

Introdução: A vacina conjugada pneumocócica foi introduzida no mercado privado português em 2001, atingindo ao longo dos anos coberturas moderadamente elevadas. Em julho de 2015 foi integrada no Programa Nacional de Vacinação. O objetivo deste estudo foi caracterizar a doença invasiva pneumocócica num hospital pediátrico antes da vacinação universal.
Material e Métodos: Análise retrospetiva dos processos clínicos de todas as crianças com identificação de Streptococcus pneumoniae por cultura e/ou por biologia molecular (disponível desde 2008), em produtos obtidos de locais estéreis, de janeiro 1995 a junho 2015, avaliando dados demográficos, clínicos e microbiológicos. Os serotipos estão disponíveis desde 2004.
Resultados: Ao longo destes 20 anos identificámos 112 casos de doença invasiva pneumocócica, com idade mediana de 15 meses (1 mês - 15 anos). A mediana de casos/ano foi 4, com valores máximos entre 2001 - 2002 (8/ano) e 2007 - 2012 (7 - 11/ano). A identificação ocorreu maioritariamente em hemocultura (72), líquido cefalorraquidiano (24), líquido pleural (11) e outros (5). Os diagnósticos mais frequentes foram pneumonia (38%), bacteriemia oculta (34%) e meningite (21%). Ao longo do período em análise, observou-se um aumento do diagnóstico de pneumonia e aumento ligeiro de bacteriemia oculta, tendo-se mantido relativamente constante o de meningite.
Discussão: Nas últimas duas décadas não se observou redução do número de casos de doença invasiva pneumocócica, tendo ocorrido um aumento da identificação de pneumococo em pneumonia e bacteriemia oculta, para o qual poderão ter contribuído a introdução dos métodos de biologia molecular e a realização de mais hemoculturas. Os serotipos vacinais foram predominantes.
Conclusão: Esta analise retrospetiva pré vacinação universal, contribuirá para avaliar o impacto da vacinação na população pediátrica portuguesa.

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Publicado

2017-06-30

Como Citar

1.
Ferreira M, Oliveira H, Silva NC e, Januário L, Rodrigues F. Doença Invasiva Pneumocócica Pediátrica Antes da Vacinação Universal: 1995 - 2015. Acta Med Port [Internet]. 30 de Junho de 2017 [citado 30 de Junho de 2024];30(6):457-62. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/8493

Edição

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