Anquilose Estapedo-Vestibular: Estudo Retrospetivo de Cinco Casos em São Tomé e Príncipe

Autores

  • Paula Campelo Centro Clínico e Universitário de Otorrinolaringologia. Hospital CUF Infante Santo. Lisboa. Portugal.
  • Cristina Caroça Centro Clínico e Universitário de Otorrinolaringologia. Hospital CUF Infante Santo. Lisboa. Portugal. Departamento de Otorrinolaringologia. NOVA Medical School. Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa. Lisboa. Portugal. http://orcid.org/0000-0001-8096-8895
  • Catarina Tinoco Centro Clínico e Universitário de Otorrinolaringologia. Hospital CUF Infante Santo. Lisboa. Portugal.
  • Diogo Oliveira e Carmo Centro Clínico e Universitário de Otorrinolaringologia. Hospital CUF Infante Santo. Lisboa. Portugal. Departamento de Otorrinolaringologia. NOVA Medical School. Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa. Lisboa. Portugal.
  • João Paço Centro Clínico e Universitário de Otorrinolaringologia. Hospital CUF Infante Santo. Lisboa. Portugal. Departamento de Otorrinolaringologia. NOVA Medical School. Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa. Lisboa. Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.8568

Palavras-chave:

África, Anquilose, Cirurgia do Estribo, Grupo com Ancestrais do Continente Africano, Otosclerose

Resumo

Introdução: A otosclerose é uma causa frequente de hipoacusia de condução caracterizada pela alteração da remodelação óssea localizada exclusivamente à cápsula ótica. Diferenças rácicas são evidentes na literatura e, ao contrário dos caucasianos, as descrições na população de origem africana são raras. Neste trabalho pretende-se reportar cinco casos observados, e cirurgicamente confirmados, de otosclerose em indivíduos de raça negra, em São Tomé e Príncipe.
Material e Métodos: Desde fevereiro de 2011, efetuam-se consultas e cirurgias de Otorrinolaringologia no Hospital Ayres de Menezes, em São Tomé e Príncipe, inseridas no projeto ‘Saúde para todos – Especialidades’. Neste trabalho realizou-se um estudo retrospetivo dos doentes submetidos a estapedotomia ou estapedectomia parcial durante estas missões até fevereiro de 2014. Recolheu-se informação relativa à apresentação clínica, resultados audiométricos e relatórios cirúrgicos.
Resultados: Cinco doentes, adultos, foram submetidos a procedimento cirúrgico. Todos apresentavam otoscopia normal, ausência de história de traumatismo cranioencefálico ou quadro infecioso, audiograma com hipoacusia mista ou de condução e timpanograma tipo A, sem reflexos estapédicos. Em três doentes foi possível realizar audiograma pós-operatório, verificando-se melhoria do gap aero-ósseo.
Discussão: Neste trabalho documentam-se cinco casos de otosclerose clínica, e cirurgicamente confirmada, na população negra de São Tomé e Príncipe. Efetuada uma revisão temática, constata-se que, apesar de a otosclerose ser considerada rara nesta raça, os dados disponíveis parecem insuficientes para determinar se, de facto, diferentes raças têm diferentes incidências da doença.
Conclusão: Apesar de rara, a otosclerose não pode ser ignorada como uma possível causa de hipoacusia de condução em São Tomé e Príncipe.

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Publicado

2017-10-31

Como Citar

1.
Campelo P, Caroça C, Tinoco C, Oliveira e Carmo D, Paço J. Anquilose Estapedo-Vestibular: Estudo Retrospetivo de Cinco Casos em São Tomé e Príncipe. Acta Med Port [Internet]. 31 de Outubro de 2017 [citado 22 de Novembro de 2024];30(10):713-8. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/8568

Edição

Secção

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