Análise da Revisão Cochrane: Prescrição Não-médica versus Prescrição Médica para a Gestão de Doenças Agudas e Crónicas em Cuidados de Saúde Primários e Secundários. Cochrane Database Syst Rev. 2016;11:CD011227.
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.8652Palavras-chave:
Doença Aguda/tratamento, Doença Crónica/tratamento, Prescrições de Medicamentos, Revisão SistemáticaResumo
Em países com diversos níveis socioeconómicos, o assegurar dos cuidados de saúde requer a consideração de uma variedade de estratégias, nas quais pode incluir-se a prescrição não-médica. O objetivo desta revisão foi averiguar se a prescrição por profissionais de saúde não-médicos está associada a resultados (outcomes) clínicos e de relevância para o doente comparáveis à prescrição médica. Revisão sistemática de acordo com a metodologia preconizada pela Cochrane. Foram comparados os outcomes em saúde quando a prescrição médica era realizada por um qualquer profissional de saúde não médico (que prescrevesse com um alto grau de autonomia) versus por um médico, no contexto dos cuidados de saúde primários e secundários, e em países de baixo, médio e alto nível socioeconómico. Foram incluídos para análise 46 ensaios clínicos de diferentes desenhos que avaliaram um total de 37 337 indivíduos. A maioria dos estudos baseou-se na gestão da doença crónica em países de nível socioeconómico mais elevado, onde existe evidência que suporta que os outcomes são comparáveis para os marcadores substitutivos de controlo de doença relativos à hipertensão (evidência moderada), controlo de diabetes (evidência elevada) e hipercolesterolemia (evidência moderada), entre outros. A prescrição por enfermeiros e farmacêuticos com níveis variados de formação (pré-graduada, específica e pós-graduada) esteve também associada a outcomes globalmente comparáveis aos obtidos com a prescrição médica relativamente à adesão à medicação, eventos adversos, nível de satisfação global, qualidade de vida e utilização de recursos (hospitalizações, urgências hospitalares e consultas). Os prescritores não médicos frequentemente tiveram suporte médico disponível para facilitar um modelo de prática colaborativa. Com treino e suporte apropriados, a prescrição não-médica por enfermeiros e farmacêuticos é tão efetiva quanto a prescrição médica numa variedade de condições clínicas.
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