Estudo Unicêntrico Prospetivo de Avaliação Sistemática da Dor em Doentes Portugueses com Cancro da Próstata Metastizado

Autores

  • Maria Inês Sequeira Serviço de Oncologia Médica. Instituto Português de Oncologia do Porto Francisco Gentil. Porto. Portugal.
  • Nuno Sousa Serviço de Oncologia Médica. Instituto Português de Oncologia do Porto Francisco Gentil. Porto. Portugal.
  • Maria Fragoso Serviço de Oncologia Médica. Instituto Português de Oncologia do Porto Francisco Gentil. Porto. Portugal.
  • Alexandra Silva Enfermagem. Instituto Português de Oncologia do Porto Francisco Gentil. Porto. Portugal.
  • Filipa Pereira Serviço de Oncologia Médica. Instituto Português de Oncologia do Porto Francisco Gentil. Porto. Portugal.
  • Luís Azevedo MEDCIDS/CINTESIS - Departamento de Medicina da Comunidade, Informação e Decisão em Saúde. Faculdade de Medicina. Universidade do Porto. Porto. Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.8820

Palavras-chave:

Avaliação da Dor, Dor, Metástase Neoplásica, Neoplasias da Próstata

Resumo

Introdução: A dor é o sintoma que mais frequentemente afeta a qualidade de vida de doentes com cancro. A utilização de ferramentas padronizadas para avaliação da dor pode diminuir a variabilidade associada à sua avaliação e aumentar o sucesso das intervenções terapêuticas. Em Portugal, o cancro da próstata é a neoplasia masculina mais frequente. Avaliamos o impacto clínico da aplicação sistemática de um questionário padronizado de avaliação da dor em doentes com cancro da próstata metastizado.
Material e Métodos: Coorte prospetiva, unicêntrica, com amostragem consecutiva de doentes com cancro da próstata metastizado que, antes de uma consulta programada, responderam ao questionário Brief Pain Inventory-Short Form. Aos doentes que reportaram dor, o questionário foi aplicado, telefonicamente, uma semana depois. Para avaliar o impacto desta ferramenta na prática clínica constituímos dois grupos, sequenciais, em função da disponibilização dos resultados do questionário.
Resultados: Nos 207 doentes incluídos, 60% apresentavam dor. A consulta de oncologia médica esteve associada a uma diminuição significativa da intensidade média de dor (3,95 vs 3,01; p < 0,001). A redução da dor no grupo de exposição foi superior à verificada no grupo controlo, embora sem significado estatístico (p = 0,227). A probabilidade de controlo de dor com a disponibilização do questionário foi de 43,5% vs 30,9% no grupo controlo (p = 0,193).
Discussão: A prevalência de dor encontrada foi superior à descrita literatura, provavelmente pela nossa amostra ser menos selecionada do que a dos ensaios clínicos publicados. Após a realização da consulta, verificou-se uma redução estatisticamente significativa da intensidade média de dor, mas a utilização explícita do questionário não esteve associada a uma redução estatisticamente significativa.
Conclusão: Em doentes com cancro da próstata metastizado a prevalência de dor é elevada. A sua avaliação e tratamento por oncologistas associam-se à redução da intensidade média de dor. A utilização sistemática do Brief Pain Inventory-Short Form associou-se a um aumento não significativo do benefício terapêutico.

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Publicado

2017-11-29

Como Citar

1.
Sequeira MI, Sousa N, Fragoso M, Silva A, Pereira F, Azevedo L. Estudo Unicêntrico Prospetivo de Avaliação Sistemática da Dor em Doentes Portugueses com Cancro da Próstata Metastizado. Acta Med Port [Internet]. 29 de Novembro de 2017 [citado 22 de Novembro de 2024];30(11):796-804. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/8820

Edição

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