Défice de Ferro e Obesidade – Estaremos a Diagnosticar com os Indicadores Apropriados?
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.8916Palavras-chave:
Ferritinas/deficiência, Ferro/deficiência, Obesidade, Síndrome MetabólicaResumo
Introdução: Os objetivos foram a determinação da prevalência de défice de ferro e de eventuais diferenças entre os doentes obesos com e sem síndrome metabólica.
Material e Métodos: Análise dos doentes observados na consulta multidisciplinar de obesidade na nossa instituição entre 2013 e 2015 (n = 260). Défice de ferro: ferritina < 15 ng/mL. Critérios de exclusão: cirurgia bariátrica prévia, ausência de doseamentos de ferritina e de hemoglobina.
Resultados: Avaliaram-se 215 doentes (84,2% mulheres) com uma idade média de 42,0 ± 10,3 anos. O índice de massa corporal mediano foi 42,5 (40,0 - 46,8) kg/m2 e 52,1% apresentavam síndrome metabólica. O défice de ferro estava presente em 7,0% sem diferenças entre os géneros e entre os doentes com e sem síndrome metabólica. A hipertensão associou-se a menor prevalência de défice de ferro. Doentes com diabetes tipo 2 e hipertensão apresentaram valores mais elevados de ferritina. Na análise multivariada, a síndrome metabólica e o índice de massa corporal constituíram fatores preditivos de défice de ferro, enquanto a hipertensão se associou a um menor risco.
Discussão: A prevalência de défice de ferro foi similar a estudos previamente publicados. O défice de ferro pode ser subdiagnosticado se baseado apenas nas concentrações de ferritina. No nosso estudo, a diabetes e a hipertensão parecem contribuir para os níveis elevados de ferritina descritos na obesidade.
Conclusão: A ferritina poderá não ser um índice fiável para avaliação de reservas de ferro na obesidade, particularmente quando associada a diabetes tipo 2 e hipertensão. São necessários mais estudos de forma a orientar o diagnóstico e a suplementação com ferro nestes doentes.
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