Défice de Ferro e Obesidade – Estaremos a Diagnosticar com os Indicadores Apropriados?

Autores

  • Ana Margarida Monteiro Departamento de Endocrinologia. Hospital de Braga. Braga.
  • Vera Fernandes Departamento de Endocrinologia. Hospital de Braga. Braga.
  • Cláudia Matta-Coelho Departamento de Endocrinologia. Hospital de Braga. Braga.
  • Sílvia Paredes Departamento de Endocrinologia. Hospital de Braga. Braga.
  • Maria Lopes Pereira Departamento de Endocrinologia. Hospital de Braga. Braga. Consulta Multidisciplinar de Obesidade. Hospital de Braga. Braga.
  • Olinda Marques Departamento de Endocrinologia. Hospital de Braga. Braga.
  • Marta Alves Departamento de Endocrinologia. Hospital de Braga. Braga. Consulta Multidisciplinar de Obesidade. Hospital de Braga. Braga.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.8916

Palavras-chave:

Ferritinas/deficiência, Ferro/deficiência, Obesidade, Síndrome Metabólica

Resumo

Introdução: Os objetivos foram a determinação da prevalência de défice de ferro e de eventuais diferenças entre os doentes obesos com e sem síndrome metabólica.
Material e Métodos: Análise dos doentes observados na consulta multidisciplinar de obesidade na nossa instituição entre 2013 e 2015 (n = 260). Défice de ferro: ferritina < 15 ng/mL. Critérios de exclusão: cirurgia bariátrica prévia, ausência de doseamentos de ferritina e de hemoglobina.
Resultados: Avaliaram-se 215 doentes (84,2% mulheres) com uma idade média de 42,0 ± 10,3 anos. O índice de massa corporal mediano foi 42,5 (40,0 - 46,8) kg/m2 e 52,1% apresentavam síndrome metabólica. O défice de ferro estava presente em 7,0% sem diferenças entre os géneros e entre os doentes com e sem síndrome metabólica. A hipertensão associou-se a menor prevalência de défice de ferro. Doentes com diabetes tipo 2 e hipertensão apresentaram valores mais elevados de ferritina. Na análise multivariada, a síndrome metabólica e o índice de massa corporal constituíram fatores preditivos de défice de ferro, enquanto a hipertensão se associou a um menor risco.
Discussão: A prevalência de défice de ferro foi similar a estudos previamente publicados. O défice de ferro pode ser subdiagnosticado se baseado apenas nas concentrações de ferritina. No nosso estudo, a diabetes e a hipertensão parecem contribuir para os níveis elevados de ferritina descritos na obesidade.
Conclusão: A ferritina poderá não ser um índice fiável para avaliação de reservas de ferro na obesidade, particularmente quando associada a diabetes tipo 2 e hipertensão. São necessários mais estudos de forma a orientar o diagnóstico e a suplementação com ferro nestes doentes.

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Publicado

2018-09-28

Como Citar

1.
Monteiro AM, Fernandes V, Matta-Coelho C, Paredes S, Lopes Pereira M, Marques O, Alves M. Défice de Ferro e Obesidade – Estaremos a Diagnosticar com os Indicadores Apropriados?. Acta Med Port [Internet]. 28 de Setembro de 2018 [citado 22 de Novembro de 2024];31(9):478-82. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/8916

Edição

Secção

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