Subtipos Histológicos e Avaliação do Comportamento Clínico de Tumores das Glândulas Salivares

Autores

  • Jorge Pinheiro Department of Pathology. Centro Hospitalar São João. Porto.
  • Margarida Sá Fernandes Department of Pathology. Centro Hospitalar São João. Porto.
  • Ana Rodrigues Pereira Department of Pathology. Centro Hospitalar São João. Porto.
  • José Manuel Lopes Department of Pathology. Centro Hospitalar São João. Porto. Unit of Pathology and Oncology. Department of Pathology. Faculdade de Medicina. Universidade do Porto. Porto.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.9023

Palavras-chave:

Glândulas Salivares/patologia, Neoplasias das Glândulas Salivares/patologia

Resumo

Introdução: Os tumores das glândulas salivares incluem um vasto espetro de subtipos histológicos e comportamento clínico que pretendemos avaliar.
Material e Métodos: Realizou-se um estudo retrospetivo de todos os tumores das glândulas salivares diagnosticados e tratados no Centro Hospitalar São João, Porto, entre 2005 e 2015. Realizou-se reavaliação histológica de todos os casos. Os processos clínicos foram consultados e foram colhidos dados clínicos e de follow-up. A sobrevida livre de doença e a sobrevida global foram avaliadas usando as curvas de sobrevida de Kaplan-Meier e comparadas com o teste de log-rank Mantel-Cox. O limiar de significância foi estabelecido em 0,05.
Resultados: Selecionaram-se 295 casos, 150 no género masculino, com idade média de 50,4 anos. Nos tumores epiteliais benignos [n = 228 (77,3%)] predominaram os adenomas pleomórficos [n = 148 (64,9%)] e os tumores de Warthin [n = 61 (26,8%)]. Os tumores epiteliais malignos primários [n = 43 (14,8%)] incluíram carcinomas mucoepidermoides [n = 16 (37,2%)], adenoide-císticos [n = 6 (14,0%)] e de células acinares [n = 5 (11,6%)]; 32 (74,4%) localizaram-se na parótida, dois (4,6%) na submandibular e nove (21%) nas glândulas salivares minor. Os tumores epiteliais primários foram mais frequentemente malignos nas glândulas salivares minor (33,3%) do que nas major (13,9%). Observou-se recidiva local em 30,3% e metástases em 25,6%. O intervalo médio livre de doença foi 26 meses. As metástases mais frequentes ocorreram no pulmão e no sistema nervoso central. A taxa de sobrevida livre de doença aos cinco e 10 anos foi 63,4% e 50,1%, respetivamente; a sobrevida aos cinco e 10 anos foi 76,9% e 57,9%, respetivamente. Nos tumores primários identificaram-se também linfomas [n = 8 (2,7%)] e tumores mesenquimatosos [n = 5 (1,7%)]; nos tumores secundários identificaram-se metástases de carcinoma [n = 7 (2,4%)] e envolvimento por linfoma [n = 1 (0,3%)].
Discussão: Estes resultados assemelham-se aos da literatura europeia, designadamente quanto à idade, género, subtipo histológico e comportamento clínico. As divergências com séries portuguesas podem relacionar-se com critérios de inclusão, enviesamentos de referenciação clínica e período dos estudos.
Conclusão: Os tumores das glândulas salivares, embora raros, ocorrem numa faixa etária ampla, incluindo subtipos histológicos com prognósticos diferentes.

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Publicado

2018-11-30

Como Citar

1.
Pinheiro J, Sá Fernandes M, Pereira AR, Lopes JM. Subtipos Histológicos e Avaliação do Comportamento Clínico de Tumores das Glândulas Salivares. Acta Med Port [Internet]. 30 de Novembro de 2018 [citado 22 de Novembro de 2024];31(11):641-7. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/9023

Edição

Secção

Original