Cessação Tabágica após o Diagnóstico de Cancro da Bexiga
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.9106Palavras-chave:
Cessação Tabágica, Neoplasias da Bexiga, TabagismoResumo
Introdução: O tabagismo é um importante fator de risco para o desenvolvimento, recorrência e progressão do cancro da bexiga. Este estudo pretendia analisar os hábitos tabágicos após o diagnóstico em doentes com cancro da bexiga. Adicionalmente, foi avaliado o reconhecimento do tabagismo como fator de risco e a atuação médica na promoção da cessação tabágica.
Material e Métodos: Estudo transversal, observacional e descritivo realizado em doentes com cancro da bexiga, diagnosticados entre janeiro de 2013 e setembro de 2015 (n = 160) no Hospital de Braga.
Resultados: História tabágica estava presente em 71,9% da amostra, com 21,9% de tabagismo atual (40,7% de abstinência após o diagnóstico). O tabagismo foi reconhecido como fator de risco por 74,4% dos doentes, mas apenas 51,3% dos doentes com história tabágica e 24,4% dos não fumadores referem o tabagismo como a principal causa etiológica (p = 0,008). A presença de outros fumadores em casa foi significativamente maior em doentes que mantiveram tabagismo (40%) do que em ex-fumadores após o diagnóstico (4,2%) (p = 0,005). A maioria dos fumadores (83,1%) refere ter sido aconselhada a deixar de fumar, mas apenas um (1,7%) recebeu apoio específico para a cessação.
Discussão: O tabagismo não é adequadamente reconhecido como a principal etiologia de cancro da bexiga. Este desconhecimento, aliado à reconhecida dificuldade na abstinência tabágica e ao défice de estratégias promotoras de cessação tabágica observados, poderá justificar a elevada prevalência de fumadores atuais, todavia, em linha com outros estudos.
Conclusão: Este estudo evidencia a necessidade de programas de cessação tabágica eficientes dirigidos a pacientes com cancro da bexiga.
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