Morbilidade na Prematuridade Associada a Restrição do Crescimento Fetal e nos Prematuros Leves para a Idade Gestacional: Experiência de um Centro de Referência

Autores

  • Noémia Rosado da Silva Serviço de Pediatria. Unidade de Faro. Centro Hospitalar do Algarve. Faro.
  • Joana Oliveira Serviço de Pediatria. Hospital de Santa Maria. Centro Hospitalar Lisboa Norte. Lisboa.
  • Alberto Berenguer Serviço de Neonatologia. Departamento de Pediatria. Hospital Universitário de Santa Maria. Centro Hospitalar Lisboa Norte. Lisboa. Clínica Universitária de Pediatria. Faculdade de Medicina. Universidade de Lisboa. Lisboa.
  • André M. Graça Serviço de Neonatologia. Departamento de Pediatria. Hospital Universitário de Santa Maria. Centro Hospitalar Lisboa Norte. Lisboa. Clínica Universitária de Pediatria. Faculdade de Medicina. Universidade de Lisboa. Lisboa.
  • Margarida Abrantes Serviço de Neonatologia. Departamento de Pediatria. Hospital Universitário de Santa Maria. Centro Hospitalar Lisboa Norte. Lisboa. Clínica Universitária de Pediatria. Faculdade de Medicina. Universidade de Lisboa. Lisboa.
  • Carlos Moniz Serviço de Neonatologia. Departamento de Pediatria. Hospital Universitário de Santa Maria. Centro Hospitalar Lisboa Norte. Lisboa. Clínica Universitária de Pediatria. Faculdade de Medicina. Universidade de Lisboa. Lisboa.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.9599

Palavras-chave:

Atraso do Crescimento Fetal, Desenvolvimento Fetal, Morbilidade, Recém-Nascido Pequeno para a Idade Gestacional, Recém-Nascido Prematuro

Resumo

Introdução: A prematuridade e o baixo peso ao nascer têm sido associados a maior morbilidade e mortalidade neonatais. Este estudo teve como objetivo avaliar possíveis fatores de risco para a prematuridade associada a restrição do crescimento fetal e a recém-nascidos leves para a idade gestacional e determinar a incidência da morbilidade nestes dois grupos de recém-nascidos.
Material e Métodos: Estudo caso-controlo retrospetivo dos recém-nascidos com idade gestacional inferior a 32 semanas, com o diagnóstico obstétrico de restrição do crescimento fetal e com o diagnóstico clínico de leves para a idade gestacional, internados na Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais de um hospital terciário, durante um período de seis anos.
Resultados: Foram estudados 356 recém-nascidos, observando-se uma incidência de 11% de restrição do crescimento fetal e 18% de leves para a idade gestacional. A pré-eclâmpsia foi o fator de risco da gestação com maior significado estatístico (47% vs 16%, p < 0,001) nos recém-nascidos leves para a idade gestacional. Observou-se também, nestes recém-nascidos, maior incidência de displasia broncopulmonar ligeira (66% vs 38%, p = 0,005), de sépsis tardia (59% vs 37%, p = 0,003), de retinopatia da prematuridade (58% vs 26%, p = 0,003) e de enterocolite necrotizante (20% vs 9%, p = 0,005). A mortalidade foi idêntica nos três grupos.
Discussão: Encontraram-se menos recém-nascidos do sexo masculino diagnosticados com restrição do crescimento fetal durante a gravidez comparativamente ao sexo feminino. Observaram-se diferenças significativas no grupo destes recém-nascidos, quanto à ocorrência de corioamnionite e de pré-eclâmpsia, face ao grupo controlo. Tanto os recém-nascidos com restrição do crescimento fetal como os leves para a idade gestacional apresentaram uma pontuação mais elevada nos índices de risco clínico comparativamente ao grupo controlo. De forma global, os recém-nascidos leves para a idade gestacional tiveram maior incidência de morbilidade que os recém-nascidos com restrição do crescimento fetal e que o grupo controlo.
Conclusão: Os avanços nos cuidados intensivos neonatais diminuíram a mortalidade nos recém-nascidos prematuros. Contudo, observam-se ainda diferenças significativas na incidência da morbilidade nos recém-nascidos com compromisso do crescimento. A colaboração entre obstetras e neonatalogistas constitui a base para uma correta avaliação clínica, sinalização precoce e intervenção global sobre estes recém-nascidos, com impacto significativo no prognóstico a curto e longo prazo.

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Publicado

2018-11-30

Como Citar

1.
Silva NR da, Oliveira J, Berenguer A, Graça AM, Abrantes M, Moniz C. Morbilidade na Prematuridade Associada a Restrição do Crescimento Fetal e nos Prematuros Leves para a Idade Gestacional: Experiência de um Centro de Referência. Acta Med Port [Internet]. 30 de Novembro de 2018 [citado 25 de Novembro de 2024];31(11):648-55. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/9599

Edição

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