Protocolo de Consenso para o Tratamento do Estado de Mal Epiléptico Super-Refractário

Autores

  • Daniel Gomes Serviço de Medicina I. Hospital de Santa Maria. Centro Hospitalar Lisboa Norte. Lisboa.
  • José Pimentel Departamento de Neurociências. Centro de Referência de Epilepsia Refractária. Hospital de Santa Maria. Centro Hospitalar Lisboa Norte. Lisboa.
  • Carla Bentes Departamento de Neurociências. Centro de Referência de Epilepsia Refractária. Hospital de Santa Maria. Centro Hospitalar Lisboa Norte. Lisboa.
  • Diana Aguiar de Sousa Departamento de Neurociências. Centro de Referência de Epilepsia Refractária. Hospital de Santa Maria. Centro Hospitalar Lisboa Norte. Lisboa.
  • Ana Patrícia Antunes Departamento de Neurociências. Centro de Referência de Epilepsia Refractária. Hospital de Santa Maria. Centro Hospitalar Lisboa Norte. Lisboa.
  • António Alvarez Serviço de Medicina Intensiva. Hospital de Santa Maria. Centro Hospitalar Lisboa Norte. Lisboa.
  • Zélia Costa e Silva Serviço de Medicina Intensiva. Hospital de Santa Maria. Centro Hospitalar Lisboa Norte. Lisboa.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.9679

Palavras-chave:

Consenso, Cuidados Críticos, Mal Epiléptico, Protocolos Clínicos, Revisão da Literatura

Resumo

Introdução: O estado de mal epiléptico super-refractário define-se como um estado de mal epiléptico que persiste ou recorre 24 horas após o início da terapêutica anestésica ou após a sua suspensão. Encontra-se fundamentalmente em unidades de cuidados intensivos e está associado a uma elevada mortalidade apesar de ter um bom prognóstico a longo prazo nos doentes que sobrevivem. Ao contrário das fases iniciais do estado de mal epiléptico, o tratamento não é baseado numa forte evidência científica e deriva principalmente de relatos ou pequenas séries de casos.
Objectivo: Propor um protocolo de tratamento do estado de mal epiléptico super-refractário em unidades de cuidados intensivos de nível III, focando-se nas estratégias de tratamento para controlar a actividade epiléptica clínica e/ou electroencefalográfica.
Material e Métodos: Revisão narrativa da literatura no PubMed, seguida de discussão em reuniões de consenso de peritos de medicina intensiva e neurologia de uma unidade de cuidados intensivos de nível III e de um dos centros de referência para o tratamento da
epilepsia refractária em Portugal, respectivamente.
Resultados: Os fármacos anestésicos com maior nível de evidência são o propofol, midazolam, tiopental e ketamina. Estes representam a base do tratamento do estado de mal super-refractário e devem ser utilizados em combinação com fármacos antiepilépticos. O nível de evidência para estes últimos é menor, contudo, podem ser recomendados o levetiracetam, topiramato, pregabalina, lacosamida, perampanel, ácido valpróico, fenitoína e perampanel. São recomendadas estratégias terapêuticas alternativas com muito baixo nível de evidência, em casos de ausência total de resposta clínica, tais como o sulfato de magnésio, piridoxina, dieta cetogénica, hipotermia terapêutica e imunossupressão.
Conclusão: Propomos um protocolo de tratamento baseado numa combinação sequencial de fármacos anestésicos, antiepilépticos e terapêuticas alternativas. São também propostas estratégias de avaliação da eficácia da terapêutica e de desmame farmacológico progressivo de acordo com a resposta clínica obtida.

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Publicado

2018-10-31

Como Citar

1.
Gomes D, Pimentel J, Bentes C, Aguiar de Sousa D, Antunes AP, Alvarez A, Silva ZC e. Protocolo de Consenso para o Tratamento do Estado de Mal Epiléptico Super-Refractário. Acta Med Port [Internet]. 31 de Outubro de 2018 [citado 24 de Novembro de 2024];31(10):598-605. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/9679

Edição

Secção

Normas de Orientação