Febre Escaro-Nodular na Criança: Aspetos Epidemiológicos e Clínicos Numa Região Endémica em Portugal
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.9713Palavras-chave:
Criança, Exantema, Febre Escaro-Nodular, Portugal, RickettsiaResumo
Introdução: A febre escaro-nodular é uma doença infeciosa aguda incluída no grupo das rickettsioses humanas, que atinge sobretudo os países da bacia do Mediterrâneo e sul da Europa. É uma doença endémica em Portugal com o cão como principal reservatório doméstico. As crianças são um grupo particularmente vulnerável devido ao contato próximo com animais domésticos e a brincarem em campos e jardins. O principal objetivo deste estudo foi perceber e estudar a epidemiologia local, bem como caracterizar a clinica e a resposta terapêutica da nossa população.
Material e Métodos: Foi realizado um estudo prospetivo descritivo de todas as crianças com febre escaro-nodular admitidas no serviço de urgência de um hospital grupo II, entre janeiro de 2013 e dezembro de 2015. Todos os doentes foram avaliados por médico, que respondeu a um questionário referente as manifestações clínicas apresentadas e atitudes de diagnóstico e terapêuticas instituídas. Os pais foram posteriormente contatados, por telefone, e questionados sobre a evolução da doença.
Resultados: Foram registados 32 casos (93,9% de julho a outubro). Além da febre, as queixas mais frequentes foram mialgias (37,5%), dor abdominal e cefaleias (25%). O exantema estava presente no terceiro dia de febre em 84,4%: maculopapulonodular (53,1%); papular (37,5%) e macular (9,4%). Foi identificada escara em 59% e adenopatia satélite em 46,9%. Azitromicina (84,4%) ou doxiciclina (15,5%) foram os antibióticos de escolha, com sucesso em qualquer dos casos. Não foram relatadas complicações.
Conclusão: A incidência de febre escaro-nodular na nossa população é alta, quando comparada com a incidência no restante país. Febre, mialgias e cefaleias foram os principais sintomas e sinais registados enquanto a presença de exantema foi o achado dermatológico predominante. Azitromicina, antibiótico de escolha na maioria dos casos, mostrou ser eficaz.
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