Cenário Multivítimas de Intoxicação por Monóxido de Carbono num Incêndio Florestal: Série de Casos

Autores

  • Luís Ramos dos Santos Internal Medicine Department. Hospital dos Marmeleiros, SESARAM. Funchal.
  • Magna Alves-Correia Internal Medicine Department. Hospital dos Marmeleiros, SESARAM. Funchal.
  • Margarida Câmara Intensive Care Department. Hospital Central do Funchal, SESARAM. Funchal. Hyperbaric Medicine Unit. Hospital Central do Funchal, SESARAM. Funchal.
  • Manuela Lélis Internal Medicine Department. Hospital dos Marmeleiros, SESARAM. Funchal.
  • Carmo Caldeira Hyperbaric Medicine Unit. Hospital Central do Funchal, SESARAM. Funchal. General Surgery Department. Hospital Central do Funchal, SESARAM. Funchal. Emergency Department. Hospital Central do Funchal, SESARAM. Funchal.
  • Maria da Luz Brazão Internal Medicine Department. Hospital dos Marmeleiros, SESARAM. Funchal.
  • José Júlio Nóbrega Intensive Care Department. Hospital Central do Funchal, SESARAM. Funchal. Hyperbaric Medicine Unit. Hospital Central do Funchal, SESARAM. Funchal.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.9811

Palavras-chave:

Encefalopatias, Hipóxia Cerebral, Incêndios Florestais, Intoxicação por Monóxido de carbono, Oxigenação Hiperbárica, Portugal

Resumo

Introdução: A intoxicação por monóxido de carbono pode ocorrer em diversos contextos.
Material e Métodos: Retrospectiva de 37 casos de intoxicação por monóxido de carbono submetidos a oxigenoterapia hiperbárica nos fogos do Funchal de agosto de 2016.
Resultados: Foram analisados 37 doentes, com média de 38 anos e 78% do sexo masculino; o universo de casos analisados incluiu 10 bombeiros, quatro crianças e duas grávidas; 80% reportaram sintomas neurológicos. O nível mediano de carboxihemoglobina foi de 3,7%. Todos receberam oxigénio alto débito até iniciarem oxigenoterapia hiperbárica. A persistência de sintomas foi a principal indicação para oxigenoterapia hiperbárica. O tempo mediano para oxigenoterapia hiperbárica foi 4,8 horas, a 2,5 ATA durante 90 minutos, sem intercorrências relevantes. O tempo até alta foi inferior a 24 horas em 92% dos casos. Follow-up 30 dias: cinco doentes apresentavam sinais clínicos de síndrome neurológico tardio; doze foram perdidos no follow-up. Os níveis de carboxihemoglobina durante a admissão e tempo médio até oxigenoterapia hiperbárica não diferiram entre os doentes que desenvolveram a síndrome a 30 dias e os restantes (p = 0,44 e p = 0,58, respetivamente).
Discussão: A ocorrência de síndrome neurológico tardio a 30 dias ocorreu em 20% dos doentes, não se tendo verificado novos casos ao fim de 12 meses.
Conclusão: A oxigenoterapia hiperbárica parece ter permitido reduzir a incidência de síndrome neurológico tardio. Esta é a primeira série de casos portuguesa que reporta exclusivamente a utilização de oxigenoterapia hiperbárica na intoxicação por monóxido de carbono por fogos florestais. Os autores pretendem alertar para importância destes doentes, cuja indicação terapêutica e benefício clínico deste tratamento está bem documentada, sobretudo atendendo à crescente problemática dos incêndios florestais em Portugal.

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Publicado

2018-03-29

Como Citar

1.
Santos LR dos, Alves-Correia M, Câmara M, Lélis M, Caldeira C, Brazão M da L, Nóbrega JJ. Cenário Multivítimas de Intoxicação por Monóxido de Carbono num Incêndio Florestal: Série de Casos. Acta Med Port [Internet]. 29 de Março de 2018 [citado 23 de Novembro de 2024];31(3):146-51. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/9811

Edição

Secção

Original