Cenário Multivítimas de Intoxicação por Monóxido de Carbono num Incêndio Florestal: Série de Casos
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.9811Palavras-chave:
Encefalopatias, Hipóxia Cerebral, Incêndios Florestais, Intoxicação por Monóxido de carbono, Oxigenação Hiperbárica, PortugalResumo
Introdução: A intoxicação por monóxido de carbono pode ocorrer em diversos contextos.
Material e Métodos: Retrospectiva de 37 casos de intoxicação por monóxido de carbono submetidos a oxigenoterapia hiperbárica nos fogos do Funchal de agosto de 2016.
Resultados: Foram analisados 37 doentes, com média de 38 anos e 78% do sexo masculino; o universo de casos analisados incluiu 10 bombeiros, quatro crianças e duas grávidas; 80% reportaram sintomas neurológicos. O nível mediano de carboxihemoglobina foi de 3,7%. Todos receberam oxigénio alto débito até iniciarem oxigenoterapia hiperbárica. A persistência de sintomas foi a principal indicação para oxigenoterapia hiperbárica. O tempo mediano para oxigenoterapia hiperbárica foi 4,8 horas, a 2,5 ATA durante 90 minutos, sem intercorrências relevantes. O tempo até alta foi inferior a 24 horas em 92% dos casos. Follow-up 30 dias: cinco doentes apresentavam sinais clínicos de síndrome neurológico tardio; doze foram perdidos no follow-up. Os níveis de carboxihemoglobina durante a admissão e tempo médio até oxigenoterapia hiperbárica não diferiram entre os doentes que desenvolveram a síndrome a 30 dias e os restantes (p = 0,44 e p = 0,58, respetivamente).
Discussão: A ocorrência de síndrome neurológico tardio a 30 dias ocorreu em 20% dos doentes, não se tendo verificado novos casos ao fim de 12 meses.
Conclusão: A oxigenoterapia hiperbárica parece ter permitido reduzir a incidência de síndrome neurológico tardio. Esta é a primeira série de casos portuguesa que reporta exclusivamente a utilização de oxigenoterapia hiperbárica na intoxicação por monóxido de carbono por fogos florestais. Os autores pretendem alertar para importância destes doentes, cuja indicação terapêutica e benefício clínico deste tratamento está bem documentada, sobretudo atendendo à crescente problemática dos incêndios florestais em Portugal.
Downloads
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Todos os artigos publicados na AMP são de acesso aberto e cumprem os requisitos das agências de financiamento ou instituições académicas. Relativamente à utilização por terceiros a AMP rege-se pelos termos da licença Creative Commons ‘Atribuição – Uso Não-Comercial – (CC-BY-NC)’.
É da responsabilidade do autor obter permissão para reproduzir figuras, tabelas, etc., de outras publicações. Após a aceitação de um artigo, os autores serão convidados a preencher uma “Declaração de Responsabilidade Autoral e Partilha de Direitos de Autor “(http://www.actamedicaportuguesa.com/info/AMP-NormasPublicacao.pdf) e a “Declaração de Potenciais Conflitos de Interesse” (http://www.icmje.org/conflicts-of-interest) do ICMJE. Será enviado um e-mail ao autor correspondente, confirmando a receção do manuscrito.
Após a publicação, os autores ficam autorizados a disponibilizar os seus artigos em repositórios das suas instituições de origem, desde que mencionem sempre onde foram publicados e de acordo com a licença Creative Commons