Os Desafios do Envelhecimento em Portugal: Dados da Coorte EpiDoC
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.9817Palavras-chave:
Assistência à Saúde, Avaliação de Resultados (Cuidados de Saúde), Comorbilidade, Envelhecimento, Portugal, Qualidade de VidaResumo
Introdução: A esperança de vida está a aumentar em Portugal, contudo desconhece-se o estado de saúde dos idosos. Pretende-se determinar a prevalência de multimorbilidade, caracterizar estilos de vida e outros fatores relacionados com a saúde dos idosos.
Material e Métodos: Efetuou-se uma avaliação transversal a 2393 adultos com 65 ou mais anos de idade, da coorte EpiDoC que é constituída por uma amostra representativa da população portuguesa. Os inquiridos responderam a um questionário estruturado através de uma entrevista telefónica, tendo-se recolhido dados socioeconómicos demográficos, estilo de vida, doenças crónicas e consumo de recursos em saúde. Análise de clusters foi realizada para a identificação de padrões alimentares. Efetuou-se análise descritiva e analítica para estimar a prevalência de multimorbilidade e fatores associados.
Resultados: A prevalência de multimorbilidade nos idosos foi de 78,3% (72,8% entre os 65 - 69 anos, 83,4% com 80 + anos) e foi superior nos Açores (84,9%) e no Alentejo (83,6%). As doenças crónicas mais prevalentes foram a hipertensão arterial (57,3%), doenças reumáticas (51,9%), hipercolesterolemia (49,4%) e diabetes (22,7%). Os sintomas de depressão (11,8%) foram frequentes, aumentando ao longo dos grupos etários. A qualidade de vida (EQ-5D-3L) foi em média de 0,59 ± 0,38 e 25,8% dos idosos reportaram ter sido hospitalizados nos 12 meses prévios à entrevista. Cerca de 66,6% dos idosos são fisicamente inativos. O padrão alimentar caracterizado por ‘+ fruta e + hortícolas’ foi reportado por 85,4% dos idosos, contudo foram encontradas iniquidades regionais (69% para os idosos açorianos). A prevalência de obesidade foi de 22,3%, sendo superior nos açorianos (33%).
Conclusões: A elevada prevalência de multimorbilidade combinada com estilos de vida pouco saudáveis sugere que a população idosa constitui um grupo vulnerável que requer uma intervenção direcionada.
Downloads
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Todos os artigos publicados na AMP são de acesso aberto e cumprem os requisitos das agências de financiamento ou instituições académicas. Relativamente à utilização por terceiros a AMP rege-se pelos termos da licença Creative Commons ‘Atribuição – Uso Não-Comercial – (CC-BY-NC)’.
É da responsabilidade do autor obter permissão para reproduzir figuras, tabelas, etc., de outras publicações. Após a aceitação de um artigo, os autores serão convidados a preencher uma “Declaração de Responsabilidade Autoral e Partilha de Direitos de Autor “(http://www.actamedicaportuguesa.com/info/AMP-NormasPublicacao.pdf) e a “Declaração de Potenciais Conflitos de Interesse” (http://www.icmje.org/conflicts-of-interest) do ICMJE. Será enviado um e-mail ao autor correspondente, confirmando a receção do manuscrito.
Após a publicação, os autores ficam autorizados a disponibilizar os seus artigos em repositórios das suas instituições de origem, desde que mencionem sempre onde foram publicados e de acordo com a licença Creative Commons