As Desigualdades Socioeconómicas na Atribuição de Médicos de Família em Portugal estão a Diminuir?
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.9873Palavras-chave:
Cuidados de Saúde Primários, Disparidades nos Níveis de Saúde, Factores Socioeconómicos, Medicina Familiar, Portugal, Prestação de Cuidados de SaúdeResumo
Introdução: A percentagem de utentes inscritos em unidades da rede de cuidados de saúde primários sem médico de família atribuído atingiu 16,6% em 2011. O Ministro da Saúde do XIX Governo Constitucional, então em funções, adotou em 2012 um conjunto de medidas com vista a que, no final de 2014, toda a população tivesse acesso a médico de família. Neste artigo avaliamos a evolução das desigualdades socioeconómicas na atribuição de médicos de família em Portugal entre 2009 e 2014.
Material e Métodos: Utilizamos dados anuais relativos ao número de utentes com e sem médico de família em cada unidade de prestação de cuidados de saúde primários, bem como ao poder de compra médio da população servida por cada unidade. A análise é realizada com recurso a medidas de concentração.
Resultados: A maior concentração da proporção de utentes sem acesso a médico de família encontra-se em unidades que servem populações economicamente mais favorecidas, embora a magnitude da mesma se tenha vindo a reduzir ao longo dos anos analisados. Entre as unidades que servem populações mais desfavorecidas, verifica-se uma situação próxima da igualdade.
Discussão: Os resultados obtidos podem refletir o facto de populações economicamente mais favorecidas estarem localizadas em zonas urbanas com maior escassez de médicos de família, mas também o facto de estas optarem por não ter médico de família, recorrendo a prestadores privados.
Conclusão: Os resultados apontam para uma diminuição das desigualdades socioeconómicas ao longo dos anos em análise, nomeadamente entre as populações em que estas desigualdades eram mais expressivas.
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