Rede Nacional de Cuidados Continuados: Avaliação do Seu Impacto no Funcionamento de Um Serviço de Urologia
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.9940Palavras-chave:
Cuidados Paliativos, Encaminhamento e Consulta, Geriatria, Tempo de Internamento, UrologiaResumo
Introdução: Os hospitais deparam-se cada vez mais com doentes que, tendo alta clínica, não têm condições de ordem não clínica para regressar imediatamente ao domicílio.
Material e Métodos: Estudo transversal dos casos referenciados para a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados durante o ano de 2016 no nosso Serviço de Urologia. Foram avaliados os tempos de espera, tipologia, motivo de referenciação e os parâmetros clínicos. Análise estatística realizada com recurso ao software IBM SPSS 24.0.
Resultados: No período analisado, 2294 pacientes tiveram alta hospitalar no nosso serviço. Destes, 55 foram referenciados para a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados. O tempo médio de internamento dos pacientes referenciados foi de 20,6 ± 11,4 dias enquanto o tempo médio global de internamento foi de 4,8 ± 0,9 dias. O tempo médio entre o internamento e a referenciação para a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados foi de 10,7 ± 7,2 dias. O tempo entre a referenciação e a alta hospitalar foi de 10,0 ± 8,7 dias. Trinta e nove (70,9%) pacientes foram internados por patologias oncológicas. A referenciação mais frequente foi para unidades de cuidados paliativos (n = 16; 29,1%). Os pacientes referenciados para cuidados paliativos foram os que apresentaram os maiores tempos de espera entre a referenciação e a alta hospitalar efetiva, 12,2 ± 10,51 dias. Foram despendidos 289 dias de hospitalização com pacientes que não precisavam de cuidados urológicos especializados.
Discussão: Para que o tempo entre a referenciação para a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados e a alta hospitalar sejam diminuídos, é necessário que haja uma otimização da cooperação e coordenação entre médicos, enfermeiros e assistentes sociais.
Conclusão: A identificação precoce dos doentes que necessitarão de apoio após a alta clínica permitirá uma resposta mais atempada por parte dos assistentes sociais e uma consequente melhoria do desempenho dos serviços hospitalares e satisfação dos doentes.
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