Abandono do Serviço de Urgência Pediátrico Antes da Observação Médica: Quais os Motivos e o Que o Teria Impedido?

Autores

  • Rodrigo Sousa Departamento de Pediatria. Hospital Beatriz Ângelo. Loures.
  • Cátia Correia Departamento de Pediatria. Hospital Beatriz Ângelo. Loures. Departamento de Pediatria. Hospital São Francisco Xavier. Centro Hospitalar Lisboa Ocidental. Lisboa.
  • Rita Valsassina Departamento de Pediatria. Hospital Beatriz Ângelo. Loures.
  • Sofia Moeda Departamento de Pediatria. Hospital Beatriz Ângelo. Loures.
  • Teresa Paínho Departamento de Pediatria. Hospital Beatriz Ângelo. Loures. Departamento de Pediatria. Hospital Dona Estefânia. Centro Hospitalar Lisboa Central. Lisboa.
  • Paulo Oom Departamento de Pediatria. Hospital Beatriz Ângelo. Loures.

DOI:

https://doi.org/10.20344/amp.9962

Palavras-chave:

Aceitação pelo Doente de Cuidados de Saúde, Avaliação de Resultados (Cuidados de Saúde), Criança, Listas de Espera, Portugal, Saídas de Doentes, Serviço de Urgência Hospitalar

Resumo

Introdução: O abandono de doentes do serviço de urgência pediátrico antes da observação médica constitui um problema multifatorial. Procurámos comparar características sociodemográficas de crianças que abandonaram a urgência e das que não abandonaram, assim como avaliar os motivos, recurso subsequente a cuidados de saúde e outcome clínico.
Material e Métodos: Estudo caso-controlo prospetivo de amostra aleatória de crianças que abandonaram a urgência e de controlos pareados durante um período de três meses. Foi realizado um questionário telefónico para recolha de informação relacionada com os motivos para o abandono, outcomes clínicos e opiniões gerais.
Resultados: Durante o período do estudo, 18 200 doentes recorreram ao Serviço de Urgência Pediátrica, dos quais 92 (0,5%) abandonaram. Um total de 55 casos (59,8%) e 82 controlos completaram o questionário. As razões mais comuns para o abandono foram ‘tempo de espera excessivo’ (92,7%) e ‘problema podia esperar’ (21,8%). Um número significativamente superior de doentes que abandonaram recorreu subsequentemente a cuidados de saúde (78,2% vs 11%), não tendo contudo apresentado uma incidência superior de outcomes adversos.
Discussão: O tempo de espera parece ser o fator prioritário que motiva a decisão de abandonar a urgência. A segurança referida pelos pais aquando da decisão e a incidência reduzida de outcomes adversos parecem reforçar a noção de que se trata de doentes com casos clínicos de baixa gravidade.
Conclusão: A redução do tempo de espera parece ser a medida estratégica lógica para diminuir as taxas de abandono. No entanto, a preocupação associada ao outcome clínico após o abandono poderá ser parcialmente injustificada.

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Publicado

2018-02-28

Como Citar

1.
Sousa R, Correia C, Valsassina R, Moeda S, Paínho T, Oom P. Abandono do Serviço de Urgência Pediátrico Antes da Observação Médica: Quais os Motivos e o Que o Teria Impedido?. Acta Med Port [Internet]. 28 de Fevereiro de 2018 [citado 17 de Julho de 2024];31(2):109-14. Disponível em: https://actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/9962

Edição

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