Motivos para o Perfeccionismo e Intolerância à Frustração nos Estudantes de Medicina da Universidade de Coimbra
DOI:
https://doi.org/10.20344/amp.9976Palavras-chave:
Educação Médica, Estudantes, Medicina, Frustração, Perfeccionismo, Stress PsicológicoResumo
Introdução: O perfeccionismo e a intolerância à frustração são os principais fatores de vulnerabilidade ao stress psicológico nos estudantes do Mestrado Integrado em Medicina da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. Este estudo procurou investigar a causalidade dos mesmos para sua prevenção.
Material e Métodos: Estudo observacional em triangulação, qualitativo-quantitativo, com inventariação dos principais motivos em painel de alunos, sendo a listagem obtida organizada e colocada em questionário complementado com inquérito epidemiológico, aplicado online a todos os alunos do Mestrado Integrado em Medicina da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, seguindo-se análise estatística.
Resultados: Estudou-se amostra representativa, de n = 368, 77,7% do sexo feminino. Os principais motivos para perfeccionismo e intolerância à frustração são ’fatores intrínsecos‘ e ’exigências da profissão médica‘, com, respetivamente, 91,1% e 91,8% de respostas 'importante’ / ’muito importante‘; ’pressão ambiental‘ é o menos importante, com 68,2% em tais classificações. Alunos satisfeitos com a vida curricular atribuem menor importância à ’pressão ambiental‘ (p = 0,004), ‘insegurança quanto à formação profissional’ (p = 0,017), ‘métodos de avaliação curricular’ (p = 0,002) e ’exigências curriculares do Mestrado Integrado em Medicina‘ (p = 0,002); o sexo feminino dá maior importância às ’exigências curriculares do Mestrado Integrado em Medicina‘ (p = 0,001); alunos inseridos em atividade extracurricular, consideram menos importante a ’pressão ambiental‘ (p = 0,007).
Discussão: Nesta amostra a vulnerabilidade ao stress psicológico por perfeccionismo e intolerância à frustração depende essencialmente da personalidade auto-exigente. Outro importante fator corresponde à insegurança relativamente às exigências profissionais, com sofrimento por antecipação e ausência de perspetiva profissional.
Conclusão: O suporte psicológico, o envolvimento em atividades extracurriculares específicas e a reestruturação curricular parecem ser formas de diminuir a vulnerabilidade ao stress nos estudantes de medicina.
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